O breve docudrama reproduz o roteiro do ilustre bandeirante português Pedro Teixeira que demarcou o rio Amazonas no século XVII e contribui para a formação do nosso fantástico imaginário caboclo.(Destaque para os depoimentos sobre o Boto e a Iara)
quinta-feira, 31 de março de 2016
sábado, 12 de março de 2016
A aculturação no carimbó
Quando feita a leitura do texto " O conceito antropológico da cultura" do autor José Lisboa Moreira de Oliveira, podemos perceber que o termo cultura é vasto, e a discussão é complexa pois são vários aspectos de uma determinada sociedade, para se originar a sua própria cultura e essa mesma cultura se reinventa ao passar do tempo, e que nenhuma sociedade vive sem cultura.
Depois dessa explanação, o que chama mais atenção é que a cultura tem vários processos. E a qual vamos focar é a aculturação, mas com um grande exemplo da nossa cultura local, mais conhecida como: carimbó, um ritmo singular da cultura paraense. Algo que podemos chamar de imaterial, mas porque não dizer material? Pois o a emoção que sentimos em nossos corações, aquele acorde que entra em nosso corpo, o batuque do curimbó dando aquela vontade de dançar, e algo inexplicável. Mas esse assunto é para outro momento.
Para enterdemos melhor o que é aculturação, basicamente é "que consiste em um processo de inter relações ou contatos entre grupos e culturas diferentes" ( Marconi, Presottop). Foi o que aconteceu com o nosso carimbó, foram três culturas que viveram em um território comum e com a mistura de seus ritmos deu- se origem a uma nova cultura. O ritmo teve influencias indígenas, africanas e portuguesa. A dança do carimbo inicialmente criada pela tribo tupinambá, era uma representação monótono, quando os escravos africanos tiveram contato com a dança trouxeram algo mais vibrante, do batuque africano deixando o ritmo mais contagiante, e a influencia portuguesa foi através das expressões corporais do folclore português, como por exemplo, as palmas e estalar dos dedos. Depois de algum tempo, precisamente na década de 60, 70 com a origem das guitarradas eletrônicas, o carimbó teve a introdução de novos instrumentos, que tiveram grandes influencias do merengue e cúmbia.
Então que podemos perceber é que a cultura não é algo estático, ela esta sempre se renovando e dando origem a uma nova cultura. O carimbó se iniciou com os índios até chegar no que ouvimos atualmente, que foi a junção do carimbo com a guitarrada. E não podemos pensar que o carimbo já tem a sua forma final pois não sabemos o que vem daqui alguns anos. A cultura é algo que se recicla e muda.
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Fonte: Google Imagens |
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Fonte: Quadro óleo sobre tela- A.amorim |
quarta-feira, 9 de março de 2016
Patrimônio Histórico: por mais questionamentos
Na rápida e breve leitura introdutória
de Françoise Choay, a Alegoria do Patrimônio, é levantada uma questão que
ultrapassa a pagina do texto até alcançar nosso entendimento de patrimônio histórico,
que remexe nossa própria existência no que diz respeito ao que entendemos e ao
que classificamos como tal e, além disso, como o patrimônio histórico passa a
ser entendido como patrimônio histórico.
Em uma sociedade extremamente móvel,
disseminada pelas informações das mais diversas mídias, determinados conceitos
nos parecem óbvios, não precisam de muitas perguntas para respondê-lo ou mais
ainda, saber de onde veio ou como surgiu. É a sociedade das “coisas prontas”,
tudo é da forma que é e tudo nos parece muito simples e dispensa interrogações.
É exatamente para essa sociedade
das “coisas prontas” que Françoise Choay quer nos alertar a questionar e
perguntar sobre o que nos parece pronto, divulgado pela mídia como algo que já
existe por si só. Choay quer nos atentar para as construções que nos parecem
obvias, entretanto, toda construção, como a própria palavra sugere, um dia não
foi logica para a sociedade, foi necessário cria-la.
A palavra patrimônio se remete a
algo que é transmitido, como uma herança de pais para filhos. A preservação, a
busca pela resguarda pelo patrimônio se inicia com a Revolução Francesa,
momento em que o termo passa a ser citado. Em 1837, é criada a primeira
Comissão dos Monumentos Históricos, que passou a escolher os grandes prédios e
castelos históricos que lembravam a Idade Média.
Percebemos então que, a palavra
patrimônio não surgiu de uma hora para outra, foi preciso um contexto, uma
demanda para que ganhasse significado e fizesse sentido em meio à sociedade.
Nesse sentido, somos remetidos ao monumento histórico. O que é um monumento
histórico? Qual a sua função na sociedade? Restringe-se somente a ideia de um
grande prédio antigo que relembra o passado?
Certamente, não. O monumento possui
a função de relembrar como o nome sugere. Derivado do latim monumentum, vindo de monere, significa lembrar, advertir, de
trazer algo a nossa lembrança e nos alertar que precisamos lembrar-nos de algo,
lembrar para que não se esqueça. Se o monumento é responsável pelo ato de nos
fazer lembrar, como a lembrança é selecionada? Como nos lembramos de
determinadas coisas e outras não?
A lembrança é selecionada em meio à
imensidão da memória, que é escolhida e recortada para que nos lembremos de
algo que está no passado. Podemos citar o exemplo do memorial cela “cinzeiro”
que se encontra no São José Liberto, em meio à imensa memória que o espaço
possui, foi escolhida a pequena cela para que se lembre do período em que o
espaço serviu como cadeia publica e presídio, ou seja, a função da cela é nos
lembrar dos tempos de cárcere e de seus ocorridos. Logo, o monumento é
facilmente selecionado e recortado de acordo com o que se deseja lembrar.
A ideia de monumento histórico só
passou a integrar os dicionários da França por volta da segunda metade do
século XIX, o que prova a sua construção e a demora em que o conceito se torna
familiar, se torna obvio. São questionamentos como esses que levam Choay a
afirmar que o patrimônio é uma alegoria, ou seja, um conceito diverso e que pode
possuir diversos entendimentos ao longo da história.
Esse é um breve comentário a
respeito de patrimônio e monumento histórico, que tal aprofundar a leitura e
criar novos debates e ampliar os conhecimentos sobre o assunto? Por mais questionamentos? Fica a dica
para a leitura do livro A Alegoria do Patrimônio da autora francesa Françoise
Choay.
Até a próxima!
segunda-feira, 7 de março de 2016
Museu de Arte Sacra
No dia 26 de Fevereiro de 2016, estive no auditório do Museu de Arte sacra para assumir o compromisso de jovem pesquisadora do patrimônio cultural, juntamente com dezenas de outros jovens.
O museu, está localizado na igreja de Santo Alexandre, na praça Frei Caetano Brandão no bairro da Cidade Velha em Belém/PA.
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fonte: percorrendo belém |
A igreja de Santo Alexandre foi construída pelos jesuítas logo após sua chegada a Belém, a construção levou de 1698-1719 e chamava-se igreja de São Francisco Xavier.
Após a expulsão dos jesuítas em 1759, o espaço passou a ser usado como palácio dos bispos da cidade e no século XX, depois de um longo período de abandono o prédio foi reformado e transformado no Museu de Arte Sacra do Pará. Que além da arquitetura, exibe também um rico acervo de pinturas e esculturas dos séculos XVII e XVIII da região amazônica.
sexta-feira, 4 de março de 2016
Da série museus: Espaço Cultural Casa das Onze Janelas.
A função museológica do Espaço Cultural Casa das Onze
Janelas nasceu em 2002, quando abriu suas portas com a exposição “Traços e
transições da Arte Contemporânea”. Apesar de sabermos que o prédio é histórico,
muitos paraenses não sabem a origem ou ainda sua utilidade antes de tornar-se
um museu de arte contemporânea.
Para começarmos, nossa breve (e espero que enriquecedora)
explicação, o prédio que abriga a Casa das Onze Janelas foi inaugurado ainda no
inicio do século XVIII, com a finalidade de servir como residência oficial de
um rico proprietário de engenho, chamado Domingos da Costa Bacelar.
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Fonte: Wikimapia.org |
No entanto, ainda na segunda metade do mesmo século a
casa foi adequada pelo arquiteto italiano Antônio Landi para operar como
Hospital Real Militar, e apesar de posteriormente o hospital ter sido
desativado, o prédio ainda exerceu diversas outras funções militares, sendo por
ultimo sede da 5ª Companhia de Guarda do Exército.
À época do golpe Civil-militar, em 1964, muitos presos
políticos, considerados subversivos pelo regime, foram “trancafiados” lá, como
foi o caso do professor João de Jesus Paes Loureiro, atualmente professor da
Universidade Federal do Pará. Em entrevista em Maio de 2013 para o meu Trabalho
de Conclusão de Curso, o professor relatou alguns detalhes dos dias que passou lá;
dias marcados principalmente por torturas psicológicas, mas que foram superados
pelo amor do poeta à Violeta, hoje sua esposa.
Em poucas linhas percebemos como foram significativas as
várias mudanças ao longo dos séculos enfrentadas por este espaço. E a
ressignificação do espaço como museu foi de vital importância para a
conservação da nossa memória, pois conseguiu promover o diálogo entre um prédio
histórico e a arte contemporânea, agregando ainda o importante universo da
fotografia, que em Belém já tem força consolidada não só região, mas também no
país.
Quando decidi escrever sobre a Casa das Onze Janelas foi
levando em consideração que muitos amigos, que não são da área da História,
desconhecem não só a memória deste espaço cultural, mas também de vários outros
lugares que fazem parte da nossa história. E é para eles e muitos outros que
desejam se familiarizar com a nossa história e nosso patrimônio, que nos
propomos a compartilhar nossos conhecimentos, que serão distribuídos através
das mais diversas áreas do conhecimento.
Então? Tá esperando o quê pra conhecer esse lugar
maravilhoso, rico em conhecimento e com aquela vista incrível para a baía do
Guajará. Te convido a reservar uma tarde inteirinha para curti esse lugar. Você
não vai se arrepender!
Até a próxima ;)
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Foto: Marilyn Nunes |
Referências
MOKARZEL, Marisa. Três coleções do espaço cultural casa das onze janelas: Doação e editais no fortalecimento de um acervo. MUSEOLOGIA & INTERDISCIPLINARIDADE Vol.I1, nº4, maio/junho de 2013.
quarta-feira, 2 de março de 2016
Patrimônio: a diversidade em debate
Foi com muita alegria e
otimismo que os novos integrantes do grupo de diálogos e pesquisa em patrimônio
cultural do DPHAC/SECULT foram recebidos no ultimo dia 26/02. O motivo é muito
simples, diversidade. O grupo que era composto por historiadores em sua maioria,
agora é composto por participantes de diversas áreas do conhecimento.
Estudantes do curso de
Direito, Arquitetura, Turismo, formados ou ainda em fase de graduação compõem o
grupo e trazem não apenas seus conhecimentos acadêmicos, mas sua experiência
pessoal ao longo da vida. Mas afinal, o que de tão especial possui na
diversidade do grupo de diálogos e pesquisa de patrimônio?
Com a dinâmica entre vários
setores do saber envolvidos em uma proposta gera a interdisciplinaridade, logo,
o diálogo se torna mais coeso, com possibilidades de expansão que não encontram
barreiras e que apenas fortalecem não apenas os debates, mas as propostas que
podemos entender como central na proposta: construção, valorização e divulgação do
patrimônio histórico e cultural.
Sabe-se que a identidade de
pertencimento ao patrimônio é construída, por meio do grupo os debates são gerados e está em nossa responsabilidade a divulgação das informações, da
criação das bases que geram esse pertencimento e principalmente, pela
construção que se dá além dos encontros e também dos centros universitários.
Dessa forma, com a
diversidade no debate sobre o patrimônio cultural, é possível que nossa base se
torne cada vez mais sólida e com grande alcance em meio à sociedade em geral.
Assim como os frutos estão sendo plantados, o debate está lançado.
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Foto: Bruna Bastos |
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